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Um até breve a um amigo
Eis uma fábula da vida, de uma narrativa de 68 anos de história, de um Sapo encantado, encantado pela vida!
Sapinho vem daquela geração meio Hippie, das calças boca de sino e de cintura alta, cabelos loiros longos e magro, biotipo perfeito do movimento da contracultura de sua geração.
Desde menino vaidoso e independente. Sapato era artigo de luxo, adquirido com orgulho nas suas vendas do comércio ambulante na estação de trem. Como bom filho de Ferroviário seguiu as pegadas do pai. Entrou na Rede Ferroviária e dali só saiu aposentado.
A juventude calcada no grupo de jovens da Igreja Matriz, no que rendeu a sua alma gêmea, dois filhos e amizades pra vida inteira. A Ilha do Mel com este mesmo grupo era o refúgio. O batismo clandestino veio dos campos correndo atrás de uma bola, do tempo dos pontas, rápido e ágil gritavam “toque pro Sapinho”, e lá partia veloz com a camisa do Estrela pra desespero dos laterais. Casou, formou família, e a rotina de solteiro largou. O Gin tônica, União e San Remo não mais o pertencia. Ficou a Fé e o futebol nos finais de semana, já veterano defendendo a camisa do Museu, que em meados dos anos 90 penduraria a chuteira para dedicar-se à sua outra grande paixão: a casa na praia.
Matinhos foi sua segunda morada. Ali, na brisa do mar se realizava, foi feliz e da primeira temporada em janeiro de 94 foram 30 anos serra do mar abaixo.
Wilson Senter, de tão encantado pela vida, com brio e valentia a valorizou até o último suspiro.
Como bom boleiro driblou seu pior adversário: a hipertensão e os problemas coronários. Por vinte anos desde a primeira intervenção cirúrgica soube com ela conviver e respeitá-la. E foram muitas prorrogações, quando enfim o Senhor da Vida o chamou.
Até um dia meu amigo, você foi gigante em tudo que acreditou e realizou!
Por Edson Francisco de Arruda