“Memórias em prosa de uma Piraquara do século passado: desafios e labuta de uma mãe!”

“04:45h da madruga; o despertador pronto e fiel alarda que já é hora de deixar o calor da cama e encarar o branco da geada. Num descuido, um cochilo traiçoeiro; fruto do cansaço da rotina de labuta da semana; acorda de sobressalto com o apito do subúrbio rasgando o gelo dos trilhos na curva do Meirelles. Assustada, é só o tempo de vestir a calça de tergal boca larga, o guarda-pó de ofício, pegar a marmita gelada da janta de ontem, conferir o bilhete da passagem e partir para mais um cochilo no balanço do trem, afinal o dia promete ser duro e infindável.

O salário mínimo defendido nos cuidados das roupas dos irmãos Maristas fazia milagre na criação de três filhos pequenos, coisas de mãe, segredos da Mãe da Divina Providência! Tempos difíceis, duros, numa época em que mulher separada aos olhos cruéis de uma sociedade excludente sentenciava à discriminação moral. Anulou-se como mulher, agigantou-se como mãe! Prazer, Cida, Maria Aparecida presente, sempre presente em minha alma, em meu coração. Feliz dias das mães pra uma multidão de Cidas que tira da própria boca para alimentar os seus filhos!”


Por Edson Francisco de Arruda

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