Irmã Antonieta Farani

A Venerável Ir. Antonieta Farani é uma religiosa que pertence à Congregação das Irmãs Passionistas de São Paulo da Cruz. Nasceu em Curitiba/PR, no dia 29 de julho de 1906, recebendo o nome de Maria Concepta Farani. Na Catedral, recebeu o Batismo. Em sua família, foi uma menina que amadureceu prematuramente, devido às circunstâncias que a mesma família precisou enfrentar.

Seus pais, oriundos de Sapri (Salerno, Itália), eram proprietários de máquinas e tecidos. Possuíam também terras e propriedades urbanas. Uma inesperada tragédia atingiu a família no dia 16 de setembro de 1913, com o falecimento repentino de seu pai, vítima de pneumonia. Cercados de pessoas invejosas e falsas, a família ficou privada dos documentos que tinham direito para seu sustento e sobrevivência. Entre essas pessoas estavam seu tio Nicolino (Nicolau) e a tia Angélica. A mãe, Rafaela, nem sequer dominava o idioma e não estava a par dos negócios do esposo. Enganada pelos parentes mencionados, Rafaela assinou um papel em branco, sem saber que com isso ficaria privada de todos os bens da família, mergulhando em extrema pobreza e desamparo, ainda com contas e dívidas para pagar, incluindo a expulsão de sua própria casa, com três filhas e um filho pequenos. Pela sentença judicial, Rafaela teve que abandonar a casa em 24 horas.

A pequena Concepta aproximou-se da mãe e lhe disse: “Mamãe, eu te ajudarei; quando eu crescer vou te ajudar como fazia o papai”. E entregou-lhe as moedinhas que o pai lhe dava. Maria Concepta tinha nesse momento 10 anos. Era inteligente e ajudava a mãe nos trabalhos de costura e no cuidado dos irmãos menores. Pelas difíceis condições econômicas enfrentadas pela família, aos 14 anos, com 2 anos a menos da idade prescrita, Maria Concepta enfrentou os exames de professora e obteve o diploma. Começou a ensinar com 15 anos, em um pequeno e afastado lugar chamado Várzea do Capivari, no município de Bocaiuva do Sul/PR. Para isso, a família precisou trasladar-se da Lapa, onde estavam vivendo, para Curitiba, no bairro do Cabral.

Maria Concepta chegou à maturidade na fé pela força do Espírito Santo. Sob a orientação dos Padres Passionistas, da Paróquia Bom Jesus do Cabral, preparou-se para a Primeira Comunhão. Aprendeu a perdoar contemplando o Sacrário da Igreja na Lapa, quando acompanhava sua mãe. Aos 15 anos, aproximou-se de Cristo Misericordioso, que perdoa, recebendo a Sagrada Eucaristia em 18 de setembro de 1921. Maria sentiu-se atraída pela Eucaristia, de onde lhe vinha a força de perdoar. Pedia a Jesus que abençoasse as pessoas que prejudicaram sua mãe e sua família. Ao perdoar de coração aos padrinhos Nicolau e Angélica, Maria Concepta fez uma profunda experiência do céu.

Aos 20 anos de idade, recebeu o Sacramento da Confirmação na Paróquia Bom Jesus do Cabral. Maria Concepta amadureceu sua vocação religiosa. Em 1927, a própria mãe a acompanhou à casa das Religiosas Passionistas em São Paulo/SP. Lá, Maria Concepta iniciou sua formação e consagrou-se a Deus como Religiosa Passionista, assimilando o espírito da Congregação, que busca identificar seus membros com Jesus Crucificado. Como religiosa, recebeu o nome de Irmã Antonieta de S. Miguel Arcanjo.

O amor a Jesus Crucificado e a experiência de sofrimentos em sua vida pessoal a levaram a identificar-se com Jesus, vendo-O presente nas pessoas que sofrem, nos enfermos, nos idosos abandonados, nas jovens perdidas no caminho, em toda pessoa que enfrenta a dureza da vida. Sua presença materna era consolo e auxílio para todos que precisassem. Repetia às suas irmãs de Congregação: “Nós, Passionistas, para fazer bem o nosso apostolado, devemos ser como esponjas, impregnadas do Sangue de Jesus”.

Após uma vida santa, no dia 7 de maio de 1963, Ir. Antonieta fez sua Páscoa, partindo para o céu. Em 13 de junho de 1992, o Papa João Paulo II a declarou Venerável. Que ela, junto de Deus, nos alcance um grande amor e gratidão a Jesus e aos irmãos. Amém!

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