Entre Leões e Joões havia um Francisco

O assunto é o novo líder Cristão da Igreja Católica. Um Americano que escolheu o Peru como base de sua caminhada Evangélica.

A minha experiência com Papa começa com as aulas de catecismo, curso preparatório para a primeira comunhão ministrada pela dona Lurdes, pároco padre Elzeário Schmidt, sob a batuta no órgão da dona Lenita. Papa da época citado no Missal: Paulo VI.

Deu continuidade à reforma da Igreja iniciada pelo antecessor, João XXIII no Concílio Vaticano II. Aproximou a Igreja com o povo. Até então as missas eram em sua grande parte no latim e o padre as celebrava de costas.

Passaram-se quatro anos e veio a Crisma, confirmação do Batismo, 1978, ano de dois conclaves. João Paulo I, o “Papa do sorriso” em seu curto papado de um mês. Veio João Paulo II, o Papa sem fronteiras, correu o mundo abrindo as portas do Vaticano, o último Papa do segundo milênio.

Dos João Paulo tenho duas experiências. Do primeiro no filme o Poderoso Chefão III, quando os Corleone se infiltram no banco do Vaticano na tentativa de legitimizar seus negócios com títulos imobiliário. Entre ficção e realidade, a narrativa cita a morte do papa como vítima de uma conspiração. Coisas do cinema!

Já com o II, a experiência foi real, presencial e espiritual. Junho de 1980, na sua primeira visita ao Brasil. No sábado missa no Couto Pereira, no Domingo missa no Centro Cívico. No caminho eis que passa o Papa Karol acenando em seu Papamóvel. Ganhei o Domingo e abandonei a missa.

Com os Papas do novo milênio, em especial Bento XVI, a experiência foi prática e acadêmica. Nos anos 80, enquanto na Europa a preocupação era a guerra fria, na América Latina dominava uma sangrenta ditadura, num regime de opressão e pobreza.

É neste contexto histórico que nasce e se fortalece a Teologia da Libertação, tendo como base e escolha a “opção preferencial pelos pobres”, movimento liderado aqui no Brasil pelos Freis Leonardo Boff, Beto e Tito. No olhar crítico da Santa Sé, o então Cardeal Ratzinger, remetendo a uma inquisição, excomunga o Frei Leonardo Boff.

Nos segredos e mistérios do Evangelho, nos atalhos da história, eis que o Papa Bento é substituído em vida por um Latino, um Francisco, que soube traduzir em exemplos a pobreza e desprendimento do Evangelho. Seu sucessor, Leão XIV, nacionalidade Americana, Peruano por cidadania e escolha, berço da Teologia da Libertação. Que seu Pontificado, sob a inspiração da “Rerum Novarum” de Leão XIII, seja de renovação sob a Luz do Evangelho. Na aurora deste terceiro milênio, entre Leões, Joões e Francisco seguimos comungando do mesmo sangue das “veias abertas da América Latina”!

Por Edson Francisco de Arruda

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