Dia Nacional de Combate ao Fumo

Na sexta-feira, dia 29 de agosto, é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Criada em 1986, a partir da Lei Federal no 7.488. A data reforça ações de sensibilização e mobilização da população brasileira voltadas para a prevenção sobre os danos à saúde, danos sociais, políticos, econômicos e ambientais, que são causados pelo consumo de produtos derivados de tabaco. Esta foi a primeira legislação em âmbito federal relacionada à regulamentação do tabagismo no país. Neste momento, foi inaugurada a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.
A Associação Médica Brasileira (AMB) participa desse movimento, de forma efetiva, por meio de sua Comissão de Combate ao Tabagismo, coordenada pelo médico pneumologista Dr. Ricardo Meirelles. De acordo com ele, os principais componentes da dependência ao tabaco são os fatores fisiológicos e psicológicos. “A nicotina tem uma capacidade muito grande de gerar dependência. Depois de uma tragada no cigarro, o componente chega no cérebro em mais ou menos 15 segundos, liberando substâncias químicas que provocam uma sensação de prazer e bem-estar”.
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica desenvolvida por meio da dependência da nicotina presente nos produtos derivados do tabaco. Nos mercados nacional e internacional há uma variedade de produtos de tabaco que podem ser usados de diversas formas: fumados, inalados, aspirados, mascados ou absorvidos pela mucosa oral. Todos contêm nicotina, que causa dependência. Além disso, aumentam o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). No Brasil, a via predominante de utilização do tabaco ainda é o fumado.
O consumo de tabaco e seus derivados mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Desses 8 milhões, 1,3 milhão perde a vida em decorrência do fumo passivo (OMS, 2021). As pessoas expostas ao fumo passivo do tabaco correm o risco de morrer de doenças cardíacas, derrames, doenças respiratórias, diabetes tipo 2 e câncer.
Para Meirelles, a mudança de hábitos é a maior aliada para o tratamento e combate ao vício. “Ou seja, ocupar a mente com outras atividades nos momentos em que surge o desejo de usar a substância é a recomendação”, sinaliza.
Fumantes no Brasil
- Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL 2023:
No conjunto das 27 cidades pesquisadas, a prevalência de adultos fumantes foi de 9,3%, sendo maior no sexo masculino (11,7%) do que no feminino (7,2%).
- Pesquisa Nacional de Saúde (2019):
Entre os adultos, a prevalência de usuários atuais de produtos derivados de tabaco — fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional — 12,8% (20,4 milhões de pessoas).
Segundo a situação do domicílio, a parcela de usuários foi maior na área rural (14,3%) do que na urbana (12,6%). Entre as grandes regiões, a prevalência variou de 10,7% no Norte a 14,7% no Sul (IBGE, 2020).
- Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (IBGE, 2019):
21% dos alunos matriculados no 9º ano já experimentaram cigarro alguma vez na vida. O percentual de estudantes que experimentaram é maior nas escolas públicas (24,4%) que nas escolas particulares (12,2%).
Dia Nacional de Combate ao Fumo 2025
O Dia Nacional de Combate ao Fumo 2025, que traz como tema ‘Cuidado Integral no Controle do Tabagismo’, tem como foco o cuidado integral ao usuário de produtos de tabaco e dependente de nicotina, com ações de prevenção e promoção da saúde, desestimulando a utilização e estimulando a desistência para aqueles que já́ fazem uso de tais produtos.
Outro importante compromisso do Brasil é a implementação da Agenda 2030, voltada para o desenvolvimento sustentável.
A implementação da ‘Convenção-Quadro’ sobre controle do uso do tabaco constitui-se em uma importante estratégia para alcançar os objetivos globais de saúde e a redução das mortes ocasionadas por doenças crônicas não transmissíveis.
A dependência da nicotina é um fenômeno complexo, influenciado por múltiplos fatores e contextos.
Saiba quais são os cuidados que a pessoa tabagista deve ter:
- Escuta acolhedora e sem julgamento;
- Avaliação clínica, psicológica e psiquiátrica (se necessário);
- Participação individual ou em grupos de cessação do tabagismo;
- apoio medicamentoso (se necessário);
- Promoção de ações integradas e articuladas com outros setores voltados à promoção da saúde, como as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que são abordagens terapêuticas com o objetivo de prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade.
Comissão de Combate ao Tabagismo – AMB