Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade Sal da Terra e Luz do Mundo (cf. Mt, 5,13-14)

Por Redação 5 min de leitura

DC. 107 – ESTUDOS DA CNBB

Todo cristão, pelo batismo é vocacionado a ser um autêntico sujeito eclesial, isto é, um membro ativo, participativo na sua comunidade e fora dela.

A Igreja, formada dos cristãos seus membros, deve planejar suas atividades pastorais e buscar as melhores formas de se organizar para atuar como autentica comunidade evangelizadora, e atuar como fermento na massa, onde ela se encontra: paróquia, diocese, comunidades.

A fé ilumina os cristãos para agir na comunidade e na sociedade, como membros evangelizadores de uma comunidade eclesial local; primeiro com o testemunho, seguido da ação e da palavra.

Várias ciências (teologia-pedagogia-ecnonomia-antropologia-filosofia-psicologia…) podem contribuir com essa missão, oferecendo o melhor jeito para uma pastoral planejada.

A ação pastoral da Igreja, confiada, por Jesus, aos leigos (mulheres e homens), e também a nós hoje tem origem no Batismo. Os leigos e leigas, pelo seu batismo tem uma força, um movimento iluminador, irradiador. Esta força, atinge todo Corpo Místico; isto é, todo povo de Deus.

Pela força do Espírito, a Igreja, é direcionada para fora de si mesma. Pelo seu testemunho de fé e ação ela tem o poder de atingir o coração de todo homem e mulher de boa vontade neste mundo. A Igreja em saída, como bem pede o Papa Francisco, é a Igreja da ação renovadora de si mesma, das pessoas e do mundo, Por isso, é uma Igreja, povo de Deus em permanente estado de missão pelo testemunho, palavra e ação dos seus membros em força do seu batismo, leigos e leigas vocacionado, isto é, chamados a serem autênticos missionários do Pai.

A ação pode ter diferentes significados ou modos de realização:

– Um significado testemunhal como presença que anuncia Jesus Cristo.

– O aspecto da ética e da competência cidadã, quando exerce, da melhor forma possível, sua própria atividade profissional.

– Ação reconhecida e organizada na forma de serviços, pastorais, ministérios e outros grupos organizados pela própria Igreja.

Outro modo do leigo cristão ser presença significativa na e para a sociedade é a inserção na vida social. Nesse campo de ação, temos as chamadas pastorais sociais.

Essas modalidades de ação se inter-relacionam e integram em seu conjunto a vida cristã.

SIGNIFICADOS E CRITÉRIOS DA AÇÃO DO SUJEITO CRISTÃO NA IGREJA E NO MUNDO:

O Reino de Deus é o horizonte, a marca, que orienta a ação transformadora dos cristãos no mundo.

Por essa razão, se torna possível falar sempre em transformação do mundo e da Igreja.

A ação dos sujeitos cristãos, por seu caráter concreto, será antes de tudo local.

Papa Francisco (hoje in memória) sugere alguns critérios:

– A ação evangelizadora inclui sempre a Igreja, a sociedade e cada sujeito individual como força renovadora e razão de ser da ação de todo Povo de Deus.

– A ação é sempre compromisso com as realidades concretas.

– A ação é servir, como já disse Jesus: o maior é aquele que serve…

A ação tem um foco concreto:

– A opção pelos pobres.

– O diálogo com o mundo social, cultural, religioso e ecumênico deve promover a cultura do encontro e a inclusão do outro na vivência da fraternidade.

– A ação deve considerar a primazia do humano.

O Papa enumera também quatro princípios específicos para a construção de um povo de paz, justiça e fraternidade:

– A organização do laicato povo de Deus deve buscar os meios adequados para exercer sua missão.

– Que se organizem como sujeito social, isto é, pessoas que pretendem agir em conjunto com outras pessoas e desejam atuar de modo que ação possa gerar vida em abundância.

– O leigo sempre encontrou os meios de sua ação.

Temos hoje as bases eclesiológicas (da Igreja) e as condições eclesiais (das comunidades), sociais, políticas e culturais para que exerçam sua missão como um autêntico sujeito eclesial – isto é, sendo membros atuantes da e na Igreja.

Apesar de toda esta riqueza, O Papa constata e nos alerta, às grandes dificuldades para uma verdadeira corresponsabilidade dos cristãos leigos.

A necessidade de organização do laicato também pode brotar das exigências da sociedade e possibilita vida comum, apoio mútuo, afinidades de ideias e objetivos e bases de sustentação para a ação.

Toda organização parte do princípio sociabilidade, isto é, do como nos relacionamos com tudo e com todos. Dialogamos? Procuramos participar? Colaboramos?

É o que chamamos de construção do ser pessoa participativa, envolvida, colaboradora, e de sua relação pessoal na comunidade e com a comunidade.

As organizações afins – pastorais, movimentos, organizações laicais e não laicais – dão espaços para que todos possam se manifestar, favorecendo a autonomia de todos os membros da comunidade – e serem sujeitos, que juntos, buscam e promovem o bem-estar de todos?

É necessário que se robusteça a forma associada e organizada do apostolado dos leigos.

Por isso, respeitada a devida relação com a autoridade eclesiástica, os leigos têm o direito de fundar associações e governá-las.

A fonte-fundamento do apostolado dos leigos é a sua união com Cristo-Cabeça.

Os leigos e leigas têm o direito e o dever do apostolado e o Concílio salientou duas formas de apostolado: o individual e o grupal.

O primeiro é o princípio e condição de todo apostolado e é o testemunho de toda vida leiga.

O segundo, apostolado em grupo, corresponde à exigência dos fiéis de uma ação comum; nunca individualmente.

Ir. Ailda B. Klüppell, CP

Centro Educativo Passionista Maria José

Av. Getúlio Vargas, 224 – Centro – Piraquara – PR

Fone: (41) 3673 – 2477

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