Polícia Penal do Paraná melhora espaço para estudo na Penitenciária de Piraquara

Ampliação do espaço educacional envolveu revitalização das salas de aulas, construção de novos banheiros e a implantação de uma nova sala de transmissão para o Sistema de Ressocialização e Integração Social.

O espaço educacional da Penitenciária Central do Estado – Unidade de Segurança (PCE-US) foi ampliado e reformado, melhorando o ambiente para estudos e reintegração social dos custodiados na unidade. As obras, entregues pela Polícia Penal do Paraná (PPR) nesta quarta-feira (19), abrangem as sete salas de aula, que foram totalmente revitalizadas, e as estruturas voltadas à educação e capacitação profissional das pessoas privadas de liberdade (PPL).

As ampliações incluem a construção de seis novos banheiros nas salas de aula, a instalação de câmeras e um sistema de monitoramento, além da automatização dos portões. A sala dos professores também ganhou novos ares, assim como a estrutura da escola, que foi inteiramente pintada. Foi implantada, ainda, uma nova sala de transmissão para o Projeto Siris (Sistema de Ressocialização e Integração Social), com duas cabines para professores, permitindo a ampliação do atendimento.

“Investir em educação dentro dos estabelecimentos penais significa acreditar na recuperação da pessoa que se encontra privada de liberdade e na construção de um futuro diferente e mais seguro para todos”, disse a diretora-geral da Polícia Penal do Paraná, Ananda Chalegre.

Ela enfatizou que cada pessoa que deixa o sistema prisional com um diploma nas mãos tem mais chances de reconstruir sua vida e menos motivos para retornar ao mundo do crime. “Queremos ampliar e fortalecer os programas educacionais dentro das nossas unidades penais e garantir que a reclusão não seja um apenas um período de punição, mas de transformação. Quando asseguramos esse direito, estamos construindo uma sociedade mais justa e mais humana”, afirmou.

MAIS MELHORIAS – Outras melhorias realizadas na (PCE-US) incluem a otimização do telecentro, equipado com 18 computadores para atividades de ensino superior e cursos de qualificação profissional, além da biblioteca do Programa Remição pela Leitura.

Além do espaço educacional, o parlatório (onde advogados e defensores conversam com detentos) teve o piso trocado, os alojamentos dos detentos prestadores de serviço foram ampliados para comportar mais 20 pessoas e o pátio de visitas também recebeu nova pintura. Além disso, foi construída uma passarela ligando o prédio administrativo à portaria interna, melhorando o fluxo de funcionários e visitantes.

“Essa ampliação estrutural é fundamental para promover a reintegração social das pessoas privadas de liberdade, oferecendo mais oportunidades nas áreas de ensino, qualificação profissional e remição pela leitura”, afirmou o diretor da PCE-US, Olival Monteiro. “A oferta do ensino fundamental e ensino médio, presenciais e pelo Projeto Siris, têm contribuído para um melhor desempenho educacional, permitindo atender a um número maior de custodiados e melhorar suas perspectivas de reintegração”.

ESTUDO – No segundo semestre de 2024, a unidade registrou uma média mensal de 1.100 atendimentos, entre atividades escolares, qualificação profissional, ensino superior e participação no Programa Remição pela Leitura.

Além disso, 278 apenados realizaram o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), 141 participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 43 fizeram exames de equivalência – aplicados para regularizar a escolaridade das pessoas privadas de liberdade. Durante o período, também foram emitidos 473 atestados únicos para remição de pena pelo estudo.

Neste mês de fevereiro, foram efetivadas 157 matrículas na escola, em parceria com o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) Dr. Mário Faraco, que atende presencialmente nas salas de aula.

NAS CELAS – O Projeto Siris, idealizado e implantado pela empresa MTW Soluções em Tecnologia, contabiliza 250 matrículas distribuídas em duas galerias. A iniciativa permite que as aulas sejam ministradas ao vivo e transmitidas diretamente para as celas, garantindo o acesso ao ensino fundamental e médio.

Desde sua implementação em 2021, o Siris expandiu de três para vinte celas equipadas, beneficiando atualmente 136 privados de liberdade. Além disso, há 61 matrículas em cursos de qualificação profissional a distância oferecidos em parceria com a faculdade Fanduca. O Programa Remição pela Leitura conta com a participação de 300 detentos, enquanto o Projeto de Leitura Livre, que promove o acesso e o desenvolvimento de habilidades de leitura, reúne 550 leitores.

“Percebemos que, ao retomarem seus estudos, os privados de liberdade passam a valorizá-lo não somente para fins da remição de pena, mas com uma pretensão de conseguirem concluir seus estudos e cursarem um ensino superior, o que é muito gratificante para nós educadores e também aos gestores do sistema penal”, destacou a pedagoga da unidade penal, Ana Rita Serenato Bortolozzo.

“A educação é essencial para a ressocialização e para a redução da reincidência criminal”, enfatiza o diretor de tratamento penal da PPPR, Diego Piotrowski. Segundo ele, a PPPR tem se esforçado para melhorar a infraestrutura e ampliar o acesso à educação nas unidades prisionais do Estado, respeitando as questões de segurança. “Iniciativas como essas são fundamentais para transformar a vida dos custodiados, possibilitando sua reintegração como cidadãos produtivos”.

Compartilhe este artigo!