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Início do ano letivo
Em aula magna na UFPR, Greca defende função social da engenharia
A engenharia tem que ter uma função social e cumprir o papel de dar maior qualidade de vida às pessoas. Foi o que defendeu o prefeito Rafael Greca, no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na aula magna de abertura do ano letivo para os estudantes dos cursos de arquitetura e das sete engenharias (civil, mecânica, elétrica, química, produção, ambiental, bioprocessos e biotecnologia).
Bairro Novo da Caximba
O prefeito citou como exemplo o Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba (PGRC), que prevê reassentar 1.147 famílias e regularizar os domicílios de outras 546, organizando o território e permitindo a recuperação da área de preservação. No total, 1.693 famílias da Vila 29 de Outubro serão contempladas.
“Conseguimos recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento e estamos fazendo o Bairro Novo da Caximba para dar moradia digna para as famílias que vivem em favelas de palafitas”, adiantou Greca.
Professores ilustres
Greca foi aluno de engenharia civil na UFPR e citou professores fundadores do curso, como Nilo Cairo, Plínio Alves Tourinho, que traçou a Estrada da Graciosa; João Moreira Garcês, que construiu o Edifício Garcês, o primeiro arranha-céu de Curitiba, na Rua XV de Novembro; e Cândido de Abreu, que se tornou prefeito e implantou os primeiros bondes de Curitiba.
Enedina fez história
Greca também citou aos estudantes a trajetória da primeira mulher negra a se formar em engenharia no Brasil, Enedina Alves Marques (1913-1981).
“Em 1945, ela se formou engenheira, um exemplo de superação glorificado agora pela cidade numa estátua que fica na frente do Edifício Garcês, que também foi por muito tempo a sede do DER (Departamento de Estradas e Rodagem). Todo o calouro tem uma lição: tirar uma selfie abraçado a Enedina”, sugeriu.
Plano Agache e nascimento do Ippuc
Na aula, Greca citou os primórdios do planejamento urbano em Curitiba, iniciados pelo Plano Agache, formulado pelo engenheiro francês Alfredo Agache atendendo pedido do prefeito Rosalvo de Mello Leitão, em 1943.
“O nosso Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) nasceu em 1965, fruto de um sonho do engenheiro Ivo Arzua, que era o prefeito de Curitiba”, contou Greca. Atualmente, o Ippuc tem mais de R$ 2 bilhões em projetos em execução, com destaque para o Bairro Novo da Caximba e os novos Inter 2 e Ligeirão Leste-Oeste e a eletromobilidade do transporte coletivo.
Equipamentos públicos sustentáveis, como o Complexo de Educação Irmãos Rebouças, requalificação do entorno do Mercado Municipal, novas Ruas da Cidadania, Fazenda Urbana na CIC, intervenções para a mudança da matriz energética do transporte, novas calçadas e estrutura cicloviária para a mobilidade limpa e ativa também fazem parte do portfólio de projetos do instituto.
Complexo Tarumã
O prefeito de Curitiba também falou aos estudantes da emoção de conduzir as transformações da cidade através da engenharia.
“Ontem (domingo), acordei cedo e fui ver levantarem as vigas de 110 toneladas que possibilitarão duplicar o viaduto sobre a Avenida Victor Ferreira do Amaral na obra do Complexo Tarumã”, citou o prefeito.
Nesta primeira fase serão instaladas 16 vigas que têm de 30 a 43 metros e de 85 a 110 toneladas. O trabalho começou no sábado (24/2), quando foram içadas e lançadas quatro vigas em frente ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
O Complexo Tarumã engloba as obras no Viaduto da Avenida Victor Ferreira do Amaral – que permitirá a instalação das novas estações de ônibus, Tarumã e Victor do Amaral – a requalificação de 12 ruas do entorno, das praças públicas Cova da Iria e Mauro Ferreira, além de novo paisagismo e iluminação. Novas calçadas planas e acessíveis e ciclovia também integram as melhorias.
Curitiba Mais Energia
O prefeito também falou sobre sustentabilidade e inovação, citando que a cidade abraçou a energia fotovoltaica, com a implantação da Pirâmide Solar de Curitiba, que permitiu uma economia de R$ 1,76 milhão (R$ 1.769.449,47) para os cofres públicos do município.
A iniciativa faz parte do Programa Curitiba Mais Energia que já foi responsável pela implantação de painéis fotovoltaicos no Palácio 29 de Março, no Salão de Atos do Parque Barigui, na Fazenda Urbana de Curitiba e na Galeria das Quatro Estações do Jardim Botânico. Até o fim de 2024 esses painéis solares também estarão nos terminais de ônibus do Boqueirão, Santa Cândida e Pinheirinho.
Cidade mais Inteligente do Mundo
Sobre inovação, o prefeito citou os Faróis do Saber e Inovação, bibliotecas nos bairros equipadas com espaço maker que trabalha ofertando diferentes experiências de aprendizagem a estudantes e comunidade, além do FabLab do Cajuru, idealizado para receber projetos já em curso que precisam de um apoio tecnológico para serem viabilizados.
“Curitiba ganhou no ano passado o prêmio de Cidade mais Inteligente do Mundo, o que prova que o nosso ecossistema de inovação é um sucesso e ele pertence a vocês. É um espaço onde nós convidamos a nossa mocidade inteligente a ousar, a criar startups, a sonhar ser dona de um unicórnio, que é uma empresa que vale mais de um bilhão de dólares. E tudo isso funciona a partir de uma sede que fica no antigo Moinho na Rua Engenheiros Rebouças, o Pinhão Hub, que eu vou abrir no próximo mês”, disse Greca.
O Pinhão Hub será o primeiro edifício inteligente público da capital. A nova ala do Engenho da Inovação, sede da Agência Curitiba de Desenvolvimento, será totalmente sustentável, dentro dos parâmetros do Certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que credencia os chamados “edifícios verdes” ao redor do mundo.
Futuros urbanistas
Os calouros do curso de Arquitetura Axyl Krueger (20 anos), João Tosatto (19) e Rafael Garcia (19) tiraram fotos com o prefeito e querem focar o urbanismo em seus estudos.
“Espero trabalhar na área de urbanismo. A cidade me inspira e eu sempre gostei muito de casas e construções modernas”, comentou Axyl.
Medalha e certificado
Ao final da aula, o prefeito recebeu um Certificado de Reconhecimento e uma medalha com uma moldura de araucária.
“Com imensa alegria eu lhes digo que construir é possível, engenhar é preciso, pensar é necessário, mas, sobremaneira amar Curitiba é o que vale. Viva a escola de engenharia”, concluiu.