-
Anuncie: (41) 99774-0190
Indústria que acolhe

No Dia Mundial do Refugiado (20 de junho), Sesi reforça compromisso com a inclusão e empregabilidade de pessoas migrantes e refugiadas no Paraná
“Na Venezuela, eu trabalhava como comerciante. Aqui, comecei como auxiliar de produção. Hoje, trabalho no laboratório de qualidade, acompanho auditorias e estou cursando faculdade. Quero ser analista. A indústria me deu uma nova perspectiva”, afirma José Gregorio Sosa Guevara, migrante venezuelano, 33 anos, colaborador da Plastilit (PR).
Ele chegou ao Brasil com a esposa, dois filhos pequenos e a mãe em tratamento contra o câncer. Deixou para trás a cidade de Upata, no Estado Bolívar, onde era formado em Turismo e vendia roupas, perfumes e acessórios. Tinha um sonho antigo de viver em Curitiba, cidade que conheceu na faculdade como exemplo de sustentabilidade. Quando finalmente desembarcou aqui, encontrou desafios — principalmente o idioma — mas também portas abertas.
Em apenas três semanas no país, conseguiu seu primeiro emprego na indústria. Começou do zero, sem experiência na área e com dificuldade para se comunicar. Mas a disposição para aprender e a paciência da equipe que o acolheu fizeram toda a diferença. Pouco tempo depois, foi promovido de auxiliar de produção para auxiliar de qualidade. Hoje, atua como inspetor de qualidade nível 2, no laboratório da empresa, acompanhando auditorias internas, elaborando ofícios e instruções de trabalho. Agora, se prepara para mais um salto: iniciou uma graduação em Gestão da Qualidade para se tornar analista.
“O acolhimento que recebi me mostrou que eu posso crescer, posso trabalhar e sustentar minha família com dignidade. Me sinto valorizado aqui”, afirma.
Casos como o de José representam a força de programas que promovem a inclusão produtiva.
Entre 2010 e 2024, mais de 152 mil migrantes foram cadastrados no Sismigra, de acordo com os dados de registro da Polícia Federal. O Paraná foi o quarto principal destino deles (depois de SP, RR e SC) nos anos de 2023 e 2024. Apenas no ano passado, o estado recebeu 24.753 migrantes. O saldo CAGED, entre admissões e desligamentos de migrantes no período entre 2011 e 2024 foi de 61.308, o que representa 23% do saldo nacional.
Para transformar esse desafio em oportunidade, o Sesi Paraná criou o Programa Indústria Acolhedora — iniciativa que conecta migrantes e empresas, oferece capacitação e prepara lideranças para uma cultura corporativa mais diversa. Desde 2024, o programa já impactou 135 indústrias, com 336 colaboradores formados e 81 conexões diretas.
Com o lançamento do Selo Sesi Indústria Parceira do Migrante, o compromisso ganhou ainda mais força: 23 indústrias já concorrem à certificação, que reconhecerá suas boas práticas de acolhimento, integração e pertencimento.
O Paraná é um dos estados que mais acolhe migrantes e refugiados no Brasil. A indústria pode e deve ser protagonista nesse processo de transformação social. Mais do que ajudar pessoas a recomeçarem suas vidas, a inclusão de migrantes e refugiados gera impacto real: fortalece equipes, traz novas perspectivas e torna as empresas mais inovadoras. No Dia Mundial do Refugiado, o Sistema Fiep reafirma que acolher é também uma estratégia de crescimento para o Paraná — e para o Brasil.
Saiba mais em: www.sesipr.org.br/industria-acolhedora