Curitiba e região avançam para nova destinação de resíduos sólidos urbanos

Curitiba deu mais um passo, nesta quarta-feira (10/5), para consolidar o projeto que prevê o uso de resíduos sólidos urbanos para geração de energia limpa. O prefeito Rafael Greca e o vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel, assinaram um acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), durante a 53ª Assembleia do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol). A reunião aconteceu no Salão Brasil da Prefeitura de Curitiba.

A assinatura representa o passo final do projeto do novo sistema de tratamento de resíduos de Curitiba e Região Metropolitana. No mesmo evento foi assinado um protocolo de intenções com a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) para incentivar a produção de biometano, o que representa o aproveitamento da parcela orgânica dos resíduos.

Com a assinatura dos dois documentos, o Conresol passa a trabalhar na construção do edital de credenciamento que vai possibilitar a contratação de empresas para o tratamento dos resíduos sólidos brutos e na substituição à destinação dos resíduos em aterros sanitários.

“Hoje é um dia histórico, o início de um novo sistema de tratamento de resíduos de Curitiba e região metropolitana. O lixo em aterro sanitário representa R$ 6 milhões por mês para Curitiba e grande região”, afirmou o prefeito Rafael Greca, que também é o presidente do Conresol. 

“Esse evento marca o momento da descarbonização da economia cimenteira da Região Metropolitana de Curitiba. É um futuro que está começando, que é possível, que é viável e tem todos os atores comprometidos em tornar o mundo melhor”, definiu o prefeito.

Eduardo Pimentel também reforçou que o projeto pode ser estendido e implantado em outras cidades do Paraná. “Tanto em Curitiba como no Estado estão acontecendo obras, projetos e investimentos sustentáveis. Esse é um projeto inovador, de projeção mundial, que está sendo feito em Curitiba. Isso acontece pelo bom momento que a nossa região metropolitana e o nosso Paraná vivem”, afirmou Eduardo Pimentel.

Combustível Derivado

Além do presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Paulo Camillo Penna, também participaram da reunião representantes das três empresas cimenteiras que atuam na Região Metropolitana de Curitiba: Votorantim Cimentos SA, a Cia de Cimento Itambé e a Margem Companhia de Mineração – Supremo Cimentos.

O CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos) é um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento, que traz inúmeros benefícios ambientais com a redução de emissão de gases poluentes, além de benefícios sociais.

Com a substituição do coque de petróleo pelo CDRU, é possível reduzir significativamente as emissões de carbono, contribuindo para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Além disso, o coprocessamento de novas fontes energéticas e renováveis nas fábricas de cimento ajuda a diminuir a quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários, evitando passivos ambientais e problemas de saúde pública.

“Nossa intenção é zerar a destinação de resíduo bruto em aterro no futuro. Isso num horizonte de quatro a cinco anos, essa iniciativa de hoje é extremamente significativa. Esse é o maior desafio que as cidades do mundo enfrentam, que é o combate às mudanças climáticas. Olhar esse resíduo sólido e transformar em economia circular é um legado para o futuro, vale a pena perseguir esse sonho para transformar em realidade”, definiu a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias. 

Histórico 

Em 2018, o Conresol firmou um protocolo de intenções com o Instituto Água e Terra (IAT), a Votorantim Cimentos SA, a Cia de Cimento Itambé e a Margem Companhia de Mineração – Supremo Cimentos, que possibilitou o estudo e avanços no que se refere ao uso de CDRU em fornos de produção de cimento.

Com o uso do rejeito do material das cooperativas de recicláveis integrantes do Programa Ecocidadão de Curitiba, foi possível realizar os testes tanto de emissões, quanto de qualidade do material e logística, certificando a viabilidade do uso de CDRU nos fornos das cimenteiras locais.

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