A ESPIRITUALIDADE PASSIONISTA EM SÃO PAULO DA CRUZ E MARIA MADALENA FRESCOBALDI CAPPONI

A vida de São Paulo da Cruz foi marcada por uma grande Paixão, o mesmo se pode dizer de Maria Madalena Frescobaldi Capponi. Ambos buscaram centrar suas vidas, vocação e missão, na Paixão por Cristo e Cristo Crucificado e na Paixão que levou Cristo para a cruz, suas opções, a humanidade.

Em Paulo da Cruz essa paixão foi busca quase “desesperada”, “angustiada”, uma “procura insaciável” de sentido da vida. Por outro lado, uma forte espiritualidade por causa da sua fé. Um homem de profunda oração que continua a dizer e a ensinar a nós passionistas a sermos escolas de oração. Deus para ele foi uma realidade pessoal e não uma idéia, uma filosofia ou uma ideologia. Uma experiência profunda com o homem Deus Crucificado.

A Paixão de Maria Madalena Frescobaldi Capponi, não esteve na nobreza do sobrenome, na riqueza que a vida lhe proporcionou, no ambiente social ou no título que lhe dava status. Na experiência da Paixão/sofrimento que envolveu sua vida pessoal, familiar e política; morte, separação, exílio…, Maria Madalena na sua fé radical, deixou-se conduzir pelas mãos de Deus e pelos conselhos do Pe. Pedro Pinelli.

Na sua Kénosis, encontrou-se com o Crucificado e com as mulheres que partilhavam a mesmo destino do homem das dores. A Paixão por Cristo e pela humanidade, escancarada nas mulheres prostituídas, pela violência e pela ignorância, deu pleno sentido à sua vida.

Somente um título agora interessa à Maria Madalena: “Sou amada de Deus” e neste título há uma resposta/apelo: “Deus ama a humanidade crucificada e nela expressa o seu rosto amoroso e solidário” o que pede a nossa compaixão e gestos concretos de vida.

É preciso resgatar Deus na Kénosis humana, é preciso ressuscitar Cristo, naquelas que perderam a dignidade e o sentido da vida.

Na sua grande Paixão, Maria Madalena reúne em torno dessas mulheres, as primeiras companheiras. Elas foram provocadas pela fé, pela audácia e pela coragem dessa mulher. A verdadeira Paixão provoca e desinstala os outros. O amor passa a movimentar o que a Paixão incendiou. A pedagogia do encontro se torna a engrenagem perfeita da unidade: DEUS, O HUMANO, A VIDA.

Quanta coisa nossos fundadores têm a nos ensinar enquanto Memória Passionis, enquanto fórmula, exercício, para vivermos apaixonados/as concretamente com e por aquilo que entregamos a nossa vida, desde o momento primeiro em que sentimos o chamado vocacional. Precisamos cotidianamente resgatar, fazer a Memória cotidianamente dessa história de amor e dor que movimentou esses homens e mulheres no início de nossas Congregações.

A pergunta que deve brotar é: Onde eu posso (onde podemos) colocar mais Paixão? Essa deve ser a “ocupação” de base do Leigo (a) passionista (a): Viver a Memória Passionis com maior intensidade, não simplesmente como conteúdo que se abraça, mas como experiência que se vive.

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