“A compaixão éa misericórdia que se inclina sobre a miséria humana e mostra a grandeza da alma”

A indiferença e o individualismo como fontes da falta de compaixão

Nosso tempo é marcado por duas características: a indiferença e o individualismo. Ambos já permeiam até mesmo o convívio familiar. Falas ou mensagens rápidas pelo celular; emails raros e telegráficos – cartas, nem pensar, e visitas, a agenda está cheia para a maioria. Não devia ser assim porque o tempo deve ser vivido por nós e não o contrário – ele nos apressar, até quando não é necessário. Vivemos em uma sociedade superficial e volúvel. Não devíamos abrir mão de nossos afetos por uma suposta falta de tempo. Quando nosso coração está partido, ou enfrentamos todo tipo de dificuldades que podem surpreender-nos ao longo da vida, podemos “estranhamente” receber a mesma falta de tempo…

Acredito que não é uma regra, mas a pressa, as superficialidades estão pautando os relacionamentos. Fica um vazio que nada preenche, simplesmente porque nada pode preencher o lugar do amor. As cidades estão cheias de pessoas vazias por sua própria conta, enquanto outras se encontram esvaziadas de amor…

A misericórdia de Deus perante o sofrimento humano se manifesta na sua predileção pelos pequeninos. O grito de dor, o choro, os lamentos são ouvidos por Deus, que vem em socorro daquele que sofre.

No livro do Gênesis, 21,14-20, Abraão coloca seu filho Ismael “sobre os ombros” de Agar e manda embora. Depois de andar pelo deserto, tendo acabado a água que recebera para o caminho, ela deixa a criança sob um arbusto e se afasta para não vê-la morrer. O menino começa a chorar e Deus ouve o seu choro, mandando que a mãe se levante e segure com firmeza o menino, enquanto abre os seus olhos para que ela veja um poço e dali possa tirar água para matar a sede da criança.

Deus que antes já havia perguntado a Agar de onde ela vinha e para onde ia, se compadece agora de seu filho que chora de sede. Os gritos do filho da escrava chegam até Deus, que vem tirar o medo da mãe e faz com que ela veja a possibilidade de vida, a esperança, um poço no deserto.

A simples observação do cotidiano da realidade brasileira aponta uma lista de situações de crianças, adolescentes e jovens identificados como Menores empobrecidos, abandonados, marginalizados e oprimidos. É o caso do menor boia-fria, lavrador minerador, posseiro, migrante, favelado, cortiçado, oleiro, vidreiro, vendedor, guardador de carro, vendedor de santinho, catador de papelão, carregador… Entre esses sofrem principalmente o menor, o negro a mulher prostituída, a menina explorada…

Diante de todos esses crucificados que choram hoje, continua Deus sendo misericordioso? Continua Ele ouvindo os seus gritos? Muitas vezes se espera que Deus atue magicamente na história, resolvendo o problema do menor, seja a fome, a sede, o desamparo, a doença etc. A misericórdia de Deus precisa de nós como canais para chegar aos que choram hoje. Como fez a Agar, Ele quer nos encorajar a não nos afastarmos da dor com medo de contemplá-la, mas nos quer firmes, junto daqueles que estão sofrendo. É aí, na contemplação da dor que ele vai abrir os nossos olhos para que vejamos a possibilidade de aliviar a dor, o sofrimento de tantos irmãos.

PARA NOSSA REFLEXÃO:

¨ Nossa vida de oração tem sido um exercício de manter os olhos abertos para ver àquilo que Deus tem a nos mostrar? ¨Estamos sendo testemunhas do amor misericordioso de Deus, permanecendo junto àqueles que sofrem? Ou nos afastamos para não ouvir os seus gritos?


Quem desejar mais informações pode acessar https://irmaspassionistas.org.br ou comunicar graças recebidas, pode entrar em contato com as Irmãs Passionistas: 

CENTRO EDUCATIVO PASSIONISTA MARIA JOSÉ
Av. Getúlio Vargas, 224
83301-010 – Piraquara – PR
Fone: (041) 3673-2477

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