-
Anuncie: (41) 99774-0190
Manoel e Romário: Duas Gerações, Uma Só Jornada Educacional
Manoel e Romário, amizade centenária, crias do mesmo cordão umbilical da Getúlio Vargas seguem firmes na vocação pedagógica a que foram chamados.
Conheci Manoel na alvorada de meus 7 anos, ele com seus 60 e poucos no início da década de 70. Romário 4 anos mais tarde, praticamente um irmão adotivo de Manoel.
Na tábua rasa da existência Manoel apresentou-me maravilhosas e abençoadas mulheres que me ensinaram uma nova visão de mundo. Graças a elas fui alfabetizado e ganhando o mundo do conhecimento. Manoel, velho amigo generoso, ali tinha merenda, sopa e mingau; gincana, quadrilha, arraia Mantinha e queimada; a direção enérgica e necessária da dona Inês e dona Carmem; as aulas das professoras Zelinda, Marilene, Dinda, Vota, Nenê, Ziza, Adi, Didi, Lilinha e Lígia; levei pistolada de vacina, bolinho por não decorar a tabuada e a amizade da banca do seu Natal.
Romário, emancipado das dependências de Manoel abriu seu portão prá maturidade e evolução. Ali tinha cantina, quadra, inglês, francês, OSPB e 1 professor prá cada matéria. Romário, décadas mais novo que Manoel, era mais sisudo. A proteção das mãezonas professoras ficou no primário e Romário, duro, mas leal deu as boas vindas ao ginásio.
Ali Dilermando no embalo das Olimpíadas de Montreal apresentou o cavalo, salto com vara, a distância e as argolas. Iêdo e seu giz certeiro ensinou redação, interpretação e o universo gramatical.
Eunice mostrou que matemática não se resumia em resolver problemas e multiplicação. Apresentou equações, raíz quadrada e raíz de delta. Marli Volpi, por onde andas? comandava o velho barracão de artes industriais, tudo sob a batuta do diretor Kenji Koga.
Na frieza das campainhas de aula em aula ainda havia uma presença acolhedora que remetia ao Manoel: os cuidados das tia Clarita e dona Paula.
Foram 3 anos de uma intensa amizade, nem sempre azul, mas vermelha também, principalmente no boletim.
Manoel, “o Eufrásio ” e Romário, “o Martins”, estamos sempre nos esbarrando pela avenida com aquele duplo olhar de saudade e gratidão.