Venerável Irmã Antonieta Farani, CP “A Freira do Perdão”

Curitiba, “cidade sorriso”, capital do Estado do Paraná, foi o berço da Venerável Irmã Antonieta Farani, CP que veio à luz a 29 de julho de 1906.

Seu pai, José Farani, natural de Sapri, Província de Salermo, Itália, viera para o Brasil ainda jovem. Aqui a fortuna lhe sorrira; em breve se tornara grande comerciante. Voltando à terra natal para negócios e para rever os seus, contraíra matrimônio com a sábia e virtuosa Rafaela Milito, que sem mais, acompanhou-o na sua volta para o Brasil.

Foram difíceis aqueles primeiros tempos para Rafaela, tão longe de familiar queridos, em terra estranha, ouvindo linguagem tão diferente, sem ter nenhuma pessoa conhecida ou amiga a não ser o próprio esposo. A solidão, a tristeza, a saudade imensa começara a invadir lhe a alma. Mas, aos poucos, essas nuvens foram diluindo, sobretudo quando apareceu o primeiro fruto abençoado do seu amor por José: a primogênita, a graciosa menina que na pia batismal, receberia o nome de MARIA DA CONCEIÇÃO FARANI, nome justificado por serem os pais cristãos piedosos.

José Farani residia na rua Riachuelo, esquina da São Francisco (hoje Palácio Riachuelo em Curitiba), onde também tinha loja de fazendas em sociedade com seu irmão Nicola. Ambos proprietários do imóvel.

Embora não morando muito longe da Catedral, não se sabe porque, o batismo da menina foi adiado por longo tempo, sendo realizado na Catedral, a 19 de março de 1907. Ministrou o batismo, o então pároco da Catedral Monsenhor Celso Itiberê da Cunha. Foram padrinhos os tios Nicola e Angélica Farani. A 1ª. Comunhão em 19 de setembro de 1921, na Igreja do Cabral, e a Crisma 07 de fevereiro de 1926, na Catedral de Curitiba.

“INÍCIO DO GRANDE CALVÁRIO” MORTE DO PAI! ”

quando Mariazinha o viu, correu para ele e, barulhenta, exclama, tirandolhe das mãos e disse: – Paizinho, deixe-me ler para o senhor!

Ele, sorridente depois de abraçá-la com carinho e beijá-la ternamente, deixa que a sua “rainhazinha” vá perpassando as páginas e decifrando os títulos à vontade. De repente, a menina extasiada exclama: – Paizinho, olhe aqui o seu nome: JOSÉ FARANI!!!… O senhor morreu?!

Tratava-se do anúncio fúnebre do falecido, José Farani, seu parente colateral, residente no Rio de Janeiro. Seria mera coincidência? Ou triste pressentimento?

O certo é que, poucos dias depois, precisamente aos 16 de setembro de 1913, impiedosa pneumonia levava José para o túmulo. Rafaela com 28 anos apenas, ficava só, com as crianças: Maria da Conceição, de 7 anos; Rosa Beatriz, com 5 anos; João com 3 anos e Josefina que viria à luz dois meses depois. Rafaela, ótima mãe, mas não entendia muito de negócios, vindo assim ser engada por advogados, que fingindo querer ajudá-la, enganaramna apresentando um documento falso que declarava a falência da firma José Farani & Irmãos e a confiscar todos os bens. A pedido destes, Rafaela assinou o documento:

ASSINATURA FATAL!

A firma que tinha propriedades em Curitiba, Lapa e Rio Negro, tudo foi perdido. Assim inicia-se uma “Nova Fase: A Adolescência – experiência de “Ter que ser “adulta”

Foi assim que Maria, aos 14 nos estava preparada para prestar exame para o magistério, embora só pudesse presta com 16 anos. Estando toda papelada pronta, no dia marcado apresentou-se à Banca Examinadora. Para melhor apresentar idade, a mãe lhe comprara sapatos de salto e lhe arrumara o penteado, de modo que parecesse grande. Mas o rosto não escondia a tenra idade. Embora muito desembaraçada, o examinador, severamente sentenciou:

– “ A senhorita não tem 16 anos; não é possível! Que fazer? Mentir! Não era capaz. Esperar mais dois anos? Não era possível. Mas, na sua sinceridade, e ao mesmo tempo de esperteza falou: – “ É verdade senhor Diretor. E há um tempo contou toda sua história. Comovida a Banca decidiu fazer uma exceção e continuar o exame. Maria terminou e foi classificada em 1º lugar.

Assim foi que Maria começou a lecionar, primeiramente no próprio colégio, depois, já nomeada pelo governo do Estado do Paraná, numa escola do interior, na Várzea Grande do Capivari que na época pertencia município de Bocaiúva do Sul. Hoje é um bairro do município de Colombo. Neste local encontram-se a escola original onde ela lecionou e, a casa onde a Venerável Irmã Antonieta morou, em Curitiba, bairro do Cabral. Casa transportada para o Capivari em 2009, a pedido da prefeitura de Colombo. Ela encontra-se aberta para visitação às tardes de segunda a sexta feira, em cujo outdoor lê-se: CASA DA MEMÓRIA – da Venerável IRMÃ ANTONIETA FARANI”! Nesta casa, encontram-se muitos dos seus pertences e escritos.

Convite – Visite a “Casa da Memória da Venerável Irmã Antonieta Farani” Capivari – de segunda à sexta – horário das 13:00h às 17:00h.


Quem desejar mais informações pode acessar https://irmaspassionistas.org.br ou comunicar graças recebidas, pode entrar em contato com as Irmãs Passionistas: 

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