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Van der Graaf Generator (Parte III)
É nessa obra que Hammill deixa bem latente sua crença espiritualista, em particular na faixa “Man Erg”: O mesmo clima macabro está presente na suíte que ocupa todo o segundo lado, “A Plague Of Lighthouse Keepers”.
É a estória de um indivíduo que vive confinado num farol marítimo, como quem estivesse fadado a conviver com uma maldição. Em certa altura, há uma simulação de um choque entre navios. Foi a coisa mais impressionante que já vi em matéria de som gravado. Se o ouvinte fechar os olhos, e der um pouco de asas á imaginação, será capaz de acreditar que está, realmente, diante de uma catástrofe. Foi uma das obras máximas da música do século XX; algo comparável ao Beethoven, que simulou uma tempestade em sua sinfonia Pastoral. Em abril de 1971, pouco antes de “Pawn Hearts”, Hammill colocou em prática o seu velho intento de 1968; um álbum solo. Segundo uma nota do autor, na contracapa, foi realizado com o propósito de mostrar velhas canções que havia composto, nos anos iniciais do Van der Graaf. Em 1972, a Charisma publicou o LP sucessor de “Pawn Hearts” era uma coletânea que resumia os acontecimentos dos cinco primeiros anos de atividade. Depois disso, a banda se retirou do cenário artístico, por alguns anos. Por incrível que pareça, o motivo era a falta de receptividade por parte do público. Fora alguns países da Europa (Itália, França e Bélgica, principalmente), o resto do mundo ignorava a existência deles (inclusive a mãe Inglaterra). Aliás, os italianos muito se vangloriam de terem sido sempre os primeiros a acolher as melhores bandas de rock progressivo. O mesmo aconteceu com o Genesis e o Gentle Giant.
Até 1975, Hammill gravou mais alguns discos solo, bem como realizou pequenas excursões (quase sempre acompanhado pelos colegas de banda). Enquanto isso, os demais músicos realizaram o LP The Long Hello, que contou com a participação de italianos. Em maio de 1975, os membros do Van der Graaf, reunidos, concedem uma entrevista à revista Ciao 2001, onde anunciam seus planos: Hugh Banton informa que está construindo um super-órgão, baseado naqueles usados em grandes catedrais, com seis geradores de som, ao invés de apenas um. Do lado artístico, além da reconstituição da banda, planejam uma excursão pela América (que só aconteceria uns dois anos mais tarde).
O LP do retorno, “Godbluff”, é realizado em junho de 1975. Ele mostra que o Van der Graaf voltou com tudo, para valer. Para não perder o hábito, Hammill continua místico. Em menos de dois anos, outro par de discos é lançado, testemunhando que havia, realmente, muito fervor acumulado. Em “Still Life”, Hammill deixa seu testemunho definitivo de que crê na vida eterna. Está em “Childlike Faith In Childhood’s End” (“A Fé das Crianças No Final Da Infância”): Em 1977, a banda finalmente excursiona pela América. Além disso, seus discos passam a ser regularmente editados por lá, coisa que era um pouco acidentada nos primeiros anos. Entretanto, isso parece que não serve como amálgama para estruturar uma sólida continuidade. Pouco tempo depois, Banton e Jackson deixam o conjunto (eu havia-me esquecido de citar que o retorno se deu com Hammil, Banton, Jackson e Evans).
Continua na próxima edição
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