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Van der Graaf Generator (Parte I)
Van der Graaf Generator é uma banda britânica inovadora de rock progressivo formada em 1967. Em minha opinião, uma das melhores de todos os tempos.
O nome da banda foi inspirado no equipamento elétrico Gerador de Van de Graaff, projetado para produzir energia estática. Supõe-se que o erro de ortografia no nome – tem um “r” a mais e um “f” a menos – tenha sido acidental.
O VDGG tem um som característico com o órgão de Hugh Banton e os Saxes de David Jackson, que toca 2 saxes ao mesmo tempo dando um timbre único ao som do VDGG.
Para se curtir o VDGG inteiramente é preciso ouvir e ler as letras ao mesmo tempo, digo ler porque a não ser que seu inglês seja nativo sem as letras dificilmente você compreenderá tudo que é dito por Peter Hammill. Há uma profundidade filosófica inigualável nas composições do VDGG.
BIOGRAFIA
grupo formou-se em 1967 enquanto seus integrantes estudavam na Universidade de Manchester. O trio era composto por Peter Hammill (vocais, guitarra), Nick Pearne (órgão) e Chris Judge Smith (bateria e instrumentos de sopro). Eles conseguiram um contrato com uma gravadora, lançando apenas um compacto (“The People You Were Going To”) antes de se separarem no final de 1969. Já então Pearn havia sido substituído por Hugh Banton, um super tecladista que levou o VDGG a um outro nível.
No final de 69 um novo Van der Graaf Generator foi formado durante a gravação de um álbum que originalmente pretendia ser um lançamento solo de Hammill, The Aerosol Grey Machine.
Algumas mudanças de formação (e no estilo do som do grupo) estabilizariam o Van der Graaf, que viajou em turnê intensa no começo dos anos 70. Em 1972 dificuldades financeiras minaram a carreira do grupo e Hammil seguiu carreira solo, apesar de seus antigos companheiros continuarem contribuindo com ele, voltariam depois muito melhores.
O Van der Graaf Generator foi uma banda ímpar, pois trouxe avanços inigualáveis de sons e textos. Embora o Van der Graaf tenha sido palco de atuação de ótimos músicos, em termos práticos, sua carreira foi centrada na genialidade do líder Peter Hammill. Além de excelente e sensível cantor, capaz de conduzir a voz por caminhos jamais vistos em qualquer corrente musical, Peter é também um exímio poeta e escritor.
Uma das críticas ao mundo moderno, é que o tipo de vida que nos imprime faz com que pouca disponibilidade tenhamos para nos preocuparmos com questões metafísicas. Assim, é muito comum nos depararmos com análises de grandes pensadores, mas voltadas, somente, para os dramas que a humanidade vive em seu curso quotidiano. Poucos são aqueles que conseguem, paralelamente, analisar os conflitos do homem consigo mesmo, suas angústias, suas dúvidas com respeito ao “De onde viemos, para onde vamos?”. Aí é que se encontra o grande dote de Peter, pois sua obra retrata toda a essência dos tormentos vividos pelo homem contemporâneo. Para ele, é tão simples escrever algo como um drama entre um homem e uma mulher, quanto sobre um indivíduo em conflito com a sociedade, ou ainda sobre problemas transcendentais (vida após a morte, por exemplo).
Peter Joseph Andrew Hammill nasceu em Ealing, Londres, em 1948. Enquanto adolescente, estudou no Beaumont College, uma escola pública de Berkshire, dirigida por jesuítas. Foi nessa época – aproximadamente 1963 – que iniciou a escrever poemas e canções, influenciado por grupos ingleses de rock e cantores de blues (a única canção desse período, que se tenha notícia de que foi gravada mais tarde, é “Running Back”, do LP Aerossol Grey Machine).
Grande admirador de Sonny Boy Williamson (II), Hammill gostava de tirar algumas harmonias numa gaita. Posteriormente, com uns quinze anos, comprou um violão, e aprendeu a tocá-lo sozinho, enturmado com dois outros amigos que se encontravam num estágio similar.
Continua na próxima edição
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